O entretenimento se tornou o valor primário no estilo de vida das pessoas. Vivemos numa sociedade que, de modo crescente, ruma para a forma mais do que para a substância, que abraça o superficial e valoriza a diversão como a maior busca da vida. Há evidências de que o cristianismo está sendo apresentado como forma de entretenimento, principalmente quando se trata de adoração ao Senhor. Diversão tem se tornado o critério pelo o qual as pessoas escolhem a igreja que vão. Não é pouco o número de crentes que agora escolhem uma igreja baseado no estilo de música que estimula suas emoções em vez de saber se a verdade está sendo ensinada e Deus está sendo glorificado.
O foco da filosofia hedonista na adoração é produzir sentimento de êxtase, um estado pacífico da mente. Daí porque grande parte dos cânticos são instrumentos de auto-estima, auto-aceitação, auto-ajuda. É preciso entender que o verdadeiro adorador é aquele que busca o Reino de Deus e não aquele que busca alívio para seus sentimentos. É verdade que sentimentos agradáveis acontecem. Mas acontecem como resultado da adoração sincera e verdadeira. Aquele que deseja adorar a Deus tem que entender desde o primeiro momento que adoração é uma atividade espiritual que nada tem a ver com que se sente. Adoramos a Deus em virtude do que Ele é e não do que sentimos. Deus não se relaciona conosco através da nossa alma, das nossas emoções, do nosso sentimento. Jesus disse à samaritana: “os verdadeiros adoradores adorarão o pai em espírito”. Deus é espírito e se relaciona conosco através do nosso espírito. Em Filipenses 3:3 está escrito: “Nós adoramos a Deus no espírito”. É claro que a presença da grandeza, da majestade e da santidade de Deus torna-nos cheios de reverente temor e, como resposta a isso choramos, nos arrepiamos e trememos. Mas chorar, arrepiar e tremer são resultados por adorarmos em espírito. O inverso não é bíblico: não precisamos nos arrepiar ou tremer para chegarmos à adoração em espírito. O grande embuste da adoração hedonista é tentar levar as pessoas à adoração ativando suas emoções. A adoração bíblica e verdadeira não depende de nosso estado emocional, não se precisa criar um ambiente emocional para adorar a Deus. A influência hedonista tornou-se tão forte que os princípios teocêntricos da adoração bíblica foram perdidos. As igrejas providenciam um cardápio de diferentes estilos de adoração e as pessoas se transferem de uma igreja para outra dependendo desse cardápio. Assim sendo, a adoração passou a ser centrada no homem. Daí porque, cantores e bandas louvam para serem aplaudidos e receberem troféus e prêmios. Minha pergunta é: onde fica Deus nessa história?
Muitos “ministros de música” não querem ouvir nada a respeito de suas práticas de adoração. Querem continuar “adorando” a Deus no estilo sensacional, espetacular, hedonista. E, para justificar sua prática anti-bíblica apregoam: “O importante para Deus é a intenção”. Ora, existe adoração com intenção boa, mas que não vale como adoração verdadeira. Quando Davi quis trazer de volta a arca da promessa, ele tinha intenções puras. Davi e todo o povo de Deus estavam empenhados em trazer a arca da terra dos pagãos à terra de Deus. O plano de Davi de trazer a arca para Jerusalém e a disposição de Uzá de segurar a arca quando ela ameaçava cair do carro demonstram boa intenção e zelo, mas era uma atitude de descaso para com os padrões da Palavra de Deus que dizia que somente os levitas podiam transporta a arca. É preciso entender que nem tudo aquilo que tem a aceitação da maioria é aceito por Deus. Nem tudo aquilo que tem os aplausos do povo é aceito por Deus. É preciso muito cuidado porque aquilo que queremos dar ao Senhor pode ser uma abominação para Ele. Deus não deve ser adorado segundo imaginações e invenções dos homens. Isso significa que toda a criatividade humana deve estar submissa àquilo que o Senhor estabeleceu nas Santas Escrituras.
Em Levítico, encontramos uma situação assustadora. Nadabe e Abiú, duas pessoas de boa vontade, decidiram prestar culto a Deus e foram castigados. A Bíblia relata que “Saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor” (Lv 10:2). A Palavra de Deus não dá a entender que Nadabe e Abiú foram oferecer incenso motivado pela hipocrisia. Também não há nenhuma palavra que deprecie o caráter desses homens. O motivo da não aceitação da adoração de Nadabe e Abiú não decorria de pecados ocultos nem de problemas ou relacionamentos não resolvidos. A única referência ao erro de Nadabe e Abiu está no v1: “E trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara”. Note: a adoração era estranha porque não foi de acordo com a orientação de Deus. O Senhor havia instituído uma ordem: somente Arão e seus filhos podiam oferecer o incenso no tarbenáculo (Ex 30: 7 e 10). O problema de Nadabe e Abiú foi tomarem a iniciativa de ministrar adoração não orientada por Deus. A adoração hedonista está fora dos padrões bíblicos.
A filosofia hedonista tem gerado o “profissionalismo da adoração”. Esse profissionalismo promove o prazer e o entretenimento, ama o sucesso, a cobiça e corrompe o santuário ao usarem métodos iníquos na adoração. A obra do “profissionalismo da adoração” é conduzir o povo de Deus a um furacão de eventos recreativos. Mas, nesse tempo do fim, Deus vai derrubar toda adoração apóstata. Deus vai dar um basta na adoração-show, na adoração-negócio, na adoração-circo, na adoração-humorística. Os dias dos cantores “superstar” vão acabar! Chega de show, chega de roubar a honra de Deus, chega de glamour, chega de representar, chega de religião-diversão, chega de corporativismo, chega de adoração-tola, chega de adoração-plástica, chega de adoração-superficial, chega de adoração-insossa, chega de adoração desprovida de substância. Em Jeremias 51:13 encontramos: “Ó tu, que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza”. O Senhor vai por um fim a toda essa estultícia da adoração hedonista amante das diversões!
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