Quem há 30 anos teria imaginado um culto Disneylandiano, irreverente, trivializado, banal, degradado? Lamentavelmente, nos nossos dias, a cultura da igreja se tornou conformada com a cultura de um mundo carnal. A sensação triunfa sobre a reflexão. A cognição cedeu lugar aos sentidos. O que interessa não é o que se expressa verbalmente, mas o que se sente. A razão tem sido posta de lado em detrimento da sensação. O Deus que se revelou para ter sua mensagem compreendida pelos homens se tornou o Deus das sensações. Avalia-se o culto por quanto as pessoas se rebolaram, se sacolejaram, se mexeram, e não por quanto aprenderam sobre Deus. Nesse contexto, tome rock, rap, hip-hop, samba, jazz, blues, forró, fumaça de gelo seco, luzes piscantes, lasers estroboscópicos, ... Não há distinção entre a igreja e uma boate. A densidade teológica do culto foi substituída pela teatralidade gestual-sensual. A igreja copiou a cultura do mundo. Tudo à moda Disney!
Alguns pastores adotaram em suas igrejas o culto à la Disney porque acham que a igreja deve acompanhar a evolução tecnológica da sociedade. É por essa razão que a fé deixou de ser compreensão e passou a ser sensação e, o entendimento cedeu espaço ao sentido. As pessoas não crêem mais, apenas sentem. Por conseqüência, o rebanho ficou aleijado, a santidade atrofiada e o amor a Cristo deu lugar ao entretenimento e a auto-indulgência. O pastor à la Disney fala sobre santidade, fé e morte substitutiva de Cristo, mas o pecador ao observar a cultura carnal da igreja, ou seja, a maneira sensual de se vestir da membresia e os estilos de músicas desenvolvidas por pessoas ímpias para proclamar imoralidade, concluem: “Posso continuar a desfrutar dos aspectos pecaminosos do mundo e ainda assim Cristo me levará para o céu”
O culto à la Disney tem como foco atrair os incrédulos usando como isca o mundanismo. Só que é impossível expor a doutrina da salvação comprometida com o mundanismo. A acomodação do mundanismo com o Evangelho é biblicamente condenada e não advogada. O Senhor Jesus nunca ensinou que o Evangelho poderia ser recomendado através de mundanismo patente, muito menos por insinuações imorais e vulgares. Ao contrário, “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5:16). Quando se usa o mundanismo como isca gera-se “crentes-moscas”; ora pousam no mel, ora pousam nas fezes. A redenção disneylândiana é uma falácia, pois não leva a sério a necessidade do caráter cristão. Os “crentes-moscas” gerados pelo culto à la Disney têm sentimentos frívolos que os fazem ignorar a gravidade da prática do pecado.
Os pastores disneylândianos dizem: “Precisamos culturalizar nossos cultos”. Na realidade esses pastores querem mundanizar o culto a Deus, amalgamando-o à cultura secular. Sinceramente, só quem quer ser cego que não enxerga a desgraça dessa frase disneylândiana. Eu não consigo imaginar um culto ao Deus Altíssimo com música balançante, instrumentos musicais erotizantes e coreografias sensuais chamando à atenção do público para os pulsantes quadris das animadoras. Na verdade, a expressão “culturalizar nossos cultos” deveria ser substituída por: “fornicação para a glória de Deus”. Culturalizar, mundanizar, o culto a Deus é estabelecer o “bacanal do bezerro de ouro”, é mesclar as designações cristãs com cerimônias pagãs, a fim de agradar as imaginações carnais dos homens. A Bíblia é taxativa: “A amizade do mundo é inimizade contra Deus. Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4:4).
Em Números 25 é registrado uma triste situação em relação aos israelitas: as filhas dos moabitas conseguiram separar os israelitas do Senhor seduzindo-os ao culto sensual dos falsos deuses dos moabitas. A Bíblia diz categoricamente que Israel juntou-se a Baal-Peor. Iludidos pela batucada e danças, os israelitas romperam sua fidelidade a Deus. Semelhantemente, os pastores à la Disney conseguiram ludibriar, hipnotizar, enfeitiçar muitos crentes incautos levando-os a uma falsa concepção de Deus e a falsos conceitos sobre salvação e adoração. Dizem os líderes à la Disney: “Nosso culto é moderno, ativo, atual, encantador, global, bacana, inovador, fashion, show, lindo, chique”. Esquecem de acrescentar: blasfemo, banal, irreverente, trivializado, degradado, pobre, alienante, que diminui Jesus, esmaece a cruz e agrada a carne.
Que o Senhor nos ajude a resgatar o culto com conteúdo, com ensino, com Bíblia exposta, com cânticos com nexo, com Cristo e sua luz brilhando! Que Deus nos ajude a não ceder à força da pobreza litúrgica que nos avassala!
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