QUANDO SATANÁS VAI À IGREJA?
Algumas pessoas se sentem muito surpreendidas quando descobrem que Satanás também vai à igreja. De fato, por meio de suas legiões demoníacas, na realidade dirige algumas igrejas! Nosso Senhor expulsou demônios da sinagoga, e Paulo escreveu a crentes para lhes advertir sobre Satanás e suas estratagemas. Não há ninguém, fora da igreja local, que possa obstaculizar de verdade o ministério da Igreja, e por isto é que Satanás quer infiltrar-se nela, como fez com Ananias e Safira (At.. 5).
Onde há mais possibilidades de se encontrar Satanás na igreja?
Comecemos pelo púlpito. Já temos descoberto que Satanás tem os "seus ministros" que "disfarçam-se como ministros de justiça" (2 Co. 11: 15). O mero feito de que um pregador seja um cristão praticante, uma pessoa com boa moral e graduado em um seminário não quer dizer que seja verdadeiramente salvo, ou que seja um servo de Jesus Cristo.
Saulo de Tarso pensava, em realidade, que estava fazendo a vontade de Deus quando perseguia à igreja; como sabemos, o certo é que estava fazendo a obra do diabo.
É obvio, Satanás também tem agentes nos bancos da igreja. Existem os "falsos irmãos" (2 Co. 11:26), assim como os "falsos apóstolos" (2 Co. 11: 13). A parábola das ervas más ensina que Satanás também tem "filhos", e que os semeia naqueles lugares em que Deus semeia verdadeiros crentes.
Satanás pode estar presente na adoração. Considero que este é o ministério mais importante da igreja. Tudo o que faça a igreja local deveria nascer da adoração. Sem embargo, em muitas igrejas locais, à congregação não lhes ensinam o significado e a importância da adoração. Pode
que o pastor critique o "formalismo" de alguma igreja litúrgica na rua acima e, ao mesmo tempo, "fotocopie" exatamente o mesmo programa religioso cada domingo pela amanhã ou pela tarde. Cada igreja tem uma liturgia, uma forma de adoração, uma ordem dos serviços. Pode ser boa ou má. Paulo advertiu à igreja em Corinto que sua falta de ordem poderia fazer que os não convertidos acreditassem que os membros da igreja estavam loucos!
Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura que estais loucos? - 1 Co. 14:23
... porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos. - 1 Co. 14:33
... Mas faça-se tudo decentemente e com ordem. - 1 Co. 14:40
A adoração cristã deve estar relacionada com a Palavra de Deus e com o Espírito de Deus. A Palavra de Deus é a âncora, e o Espírito é o leme. Deus não nos está oferecendo novas revelações; fundamentamos nossa adoração nas verdades reveladas na Palavra de Deus. Mas
Deus dá novas expressões a verdades antigas, e aqui é onde entra em jogo o ministério do Espírito Santo, para nos guiar. Deve existir equilíbrio e também discernimento.
Não extingais o Espírito; não desprezeis as profecias, mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom. - 1 Ts. 5:19-21
Quando Moisés estava recebendo as instruções, através dos mandamentos divinos, de como deveria ser o culto ao Senhor. Nesse ínterim, aos pés do monte, o povo cultuava um bezerro com alaridos estranhos. Deus disse, então, “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido” (Ex 32:7). O Senhor não poderia continuar orientando um povo que se corrompeu e que rapidamente passou para “outro deus” e “outro culto”, deixando-se levar por “outro espírito”. Infelizmente está acontecendo o mesmo no meio evangélico. Hoje, há um sistema de culto com alaridos estranhos onde Satanás se faz presente. Satanás consegue penetrar numa igreja tão facilmente através de um pastor liberal quanto através da música. O profano tem tomado conta do lugar santo através de músicas irreverentes incitadas por “outro espírito” que é fruto do “outro evangelho”, ou seja, fruto do evangelho medíocre de Satanás.
O envolvimento da igreja com alaridos estranhos começa com a música. A música é a mola-mestra da apostasia. A igreja é o que ela canta. Se o conhecimento de Deus é real no coração da igreja, a música que ela canta há de expressar esse fato. Se a igreja ignora a essência que fez tremer e fumegar o Monte Sinai, a música não será afinada com o caráter e santidade do Altíssimo. Cantar forró, samba, rock, axé, pagode, funk, rap e outros ritmos irreverentes que estimulam a sensualidade, a perversão sexual, pensamento suicida, a violência, a revolta contra a ordem estabelecida, as drogas, a anarquia é, no mínimo, total falta de “Examinai as Escrituras” (Jo 5:39). Esses ritmos profanos são esgotos de Satanás, pois foram criados para promover imoralidade e até mesmo culto aos demônios, uma vez que vieram dos rituais pagãos de invocação aos demônios. Deixam as pessoas eufóricas em uma autêntica catarse produzindo exatamente aquilo para os quais foram criados: concupiscências carnais e decadência moral. Alguns dizem: “Devemos santificar os ritmos”. Ora, as concupiscências do mundo não podem ser santificadas. Não tem como cristianizar as formas de prazeres que o mundo oferece. Vigiemos para que o pragmatismo com sua sutileza não se enraíze mais ainda no meio evangélico.
Os ritmos profanos, alucinantes e alienantes geram estilos de vida irreverentes. Isso se constata nos chamados shows evangélicos onde prevalecem o forró e companhia Ltda. É muito comum a presença de mocinhas com roupas indecorosas e transparentes, fazendo requebros sensuais e gingados carnais sob os olhares concupiscíveis de “adoradores” extasiados. Mas, o Senhor exorta: “Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me dão nenhum prazer. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos” (Amós 5:21,23). A última expressão pode ser parafraseada assim: “Afasta de mim a batucada dos teus corinhos, porque não ouvirei as melodias da tua bateria e das tuas guitarras”.
Poucos são os pastores que têm preservado os valores do culto bíblico. Querendo agradar a gregos e troianos, rendem-se aos esgotos de Satanás e tentam justificar dizendo: “Temos que quebrar paradigmas, trazer inovações para a nova geração e respeitar a cultura”. Esses mediocrizadores do culto só sabem imitar o que há de pior no mundo. Eles não se santificam e, como conseqüência, tornam-se espiritualmente incapazes de criar um ritmo decente e reverente de louvor a Deus. Nesse contexto, o diabo sente-se à vontade em ir à igreja. Será que esses condutores cegos nunca leram que o mundo jaz do maligno? (I Jo 5:19). Será que nas suas Bíblias não tem Tiago 4:4 “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Os que querem ser amigos do mundo que comam os detritos dos esgotos do diabo, que se alimentem dos ritmos profanos, mas saibam que prestarão conta pela imundícia que têm praticado diante de Deus no santo lugar. Esses líderes, por desvirtuarem algo tão sagrado como o culto, e por pensarem que Deus é um pascácio, colocar-se-ão sob o juízo do Altíssimo. Na verdade esses líderes são Luizgonzagólatras, Ivetesangalólatras, Raulseixasólatras, Johnlennólatras, e por aí vai!
Aqueles que estão fazendo banquetes carnais com os esgotos de Satanás têm argumentos aveludados e aparência de piedade, contudo o seu fim será desastroso, porque quem começa trocando o culto verdadeiro por esterco é porque perdeu todo o bom senso e coerência cristã, e acabará praticando anomalias maiores, amparados pelo falso argumento: “Não tem nada a ver, tudo é cultural”.
O Antigo Testamento apresenta inúmeros exemplos da ira de Deus contra qualquer mistura na adoração a Ele. Nos tempos de Neemias, uma câmara nos pátios da casa de Deus foi dada a Tobias, o amonita, pelo sacerdote corrupto e tolo, Eliasibe. Neemias “lançou todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara” e toda a área foi cuidadosamente purificada (Ne 13: 7-8). Em nossos dias, a mesma purificação é necessária no templo de adoração cristã. Algumas das gloriosas palavras, no final da profecia de Zacarias, falam de modo figurado, sobre o louvor da igreja do Novo Testamento, e dizem que até “as campainhas dos cavalos” portarão as palavras “Santidade ao Senhor” e “as panelas na casa do Senhor” serão tão sagradas como “as bacias diante do altar” (Zc 14:20) . Não penetrará ali nada que seja profano. Se consultarmos o Antigo ou o Novo Testamento, veremos que a pureza e a separação são requeridas no louvor. Deve existir uma clara distinção entre o sagrado e o secular, o espiritual e o mundano. Sempre que a cultura deste mundo representar um viver carnal a igreja deve rejeitá-la. Desse modo, Satanás não irá à igreja.
Em Mateus 26: 30 está escrito: “E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras”. Jesus cantou com os discípulos um hino de louvor. Refletindo sobre a santidade do Senhor Jesus, cabe uma pergunta: Se fosse hoje, diante do que estamos presenciando, que tipo de hino Jesus cantaria numa igreja? Certamente o Santo Cordeiro do Deus Altíssimo cantaria um hino identificado com o seu santo caráter.
Qual é a solução?
Que todos os membros da igreja, e os líderes espirituais sobre tudo, aprendam a detectar e a derrotar a Satanás. Devemos praticar o "seguir a verdade em amor" (Ef. 4: 15). Devemos nos perdoar uns aos outros, e aprender a usar a sabedoria que vem do alto. Cada vez que vejamos uma divisão, devemos depender do Senhor para que nos conceda a unidade espiritual. Se esta unidade não chegar, devemos descobrir quem são as pessoas que Satanás está utilizando para obstaculizar o trabalho, as tratando com firmeza mas também com amor. Sei pessoalmente o difícil que isto resulta, mas também conheço as bênçãos e o gozo que se derramam quando Satanás foi expulso!
Lança fora ao escarnecedor, e a contenda se irá; cessarão a rixa e a injúria. - Pv. 22:1O
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