Lamentavelmente, líderes têm modelado a igreja de acordo com o padrão de uma corporação de negócios. A voz de Deus se tem perdido no tumulto da maquinaria e no barulho da organização. A igreja atual tem vendido a sua alma por causa do “sucesso” dos números. Vamos à igreja ouvir um “pastor dinâmico” que, do púlpito, nos convence a levar ao fim os seus projetos. Muitos desses projetos distantes anos-luz da vontade de Deus. O “pastor dinâmico” virou Coaching em vez de pregador da Palavra.
A antropolatria da igreja Coaching afetou as estruturas de culto. Assusta-me o culto à personalidade. O pastor-Coaching anuncia: “Estará pregando na nossa conferência o grande homem de Deus pastor fulano”. Isso já é um contrassenso. O convite é para ouvir o pregador e é ele quem vai mudar a vida do ouvinte. Isso tem odor de blasfêmia. O culto já começou a ser desvirtuado, pois Deus não reparte a Sua glória com o homem.
Na igreja Coaching a dependência de Deus é fantasiosa. Orações são feitas apenas para que Deus abençoe os propósitos pessoais e carnais do pastor. Deus vai ficando cada vez mais distante. Deus é o apoiador de empreitadas pessoais. O soberano é o pastor-Coaching com suas decisões de fé e "sucesso". A mistura cristianismo-humanismo é clássica. Busca-se o potencial de cada membro para conquistar o êxito dos projetos.
Nas igrejas Coaching tudo que você encontra são mensagens sobre o que as pessoas podem fazer para ser alguma coisa melhor do que já são. Usam métodos mundanos para que os seus "magníficos" resultados sejam interpretados como piedade. Nesse contexto, o pastor-Coaching cria o “culto dos propósitos” onde a ovelha apanha um envelope e coloca os seus pedidos: “Quero ser mais honesto, mais ético, mais fiel, mais feliz”. Não existe esse negócio de “ser mais”. O verdadeiro servo de Jesus é honesto. É ético. É fiel. É feliz.
Deus advertia o povo através do profeta Jeremias dizendo: “Endireitai os vossos caminhos e as vossas ações, e vos farei habitar neste lugar” (Jr 7.3). O povo respondia dizendo: “Este é o templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor” (V. 4). À chamada à conversão, o povo respondia com religiosidade supersticiosa. O povo achava-se seguro simplesmente por causa do templo e dos ritos. O “templo” lhes era um sinal de que não precisavam de nada. Para que contrição? Para que arrependimento? Tinham o templo. O mesmo acontece hoje. Não somente a membresia, mas também os pastores-Coaching dizem: Nosso templo é o mais chique e o maior da cidade. O que vale é a construção humana. È o triunfo do templo. O templo tornou-se mais importante que o Senhor.
Conversão é mais que templo. É mais que construção. É mais que cimento, ferro, brita, areia, granito e porcelanato. Conversão é deixar que o caráter de Cristo se forme em nós, por obra do Espírito Santo.
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